Todo mundo que começou o planejamento de sua horta já se deparou com a questão: como escolher o melhor tipo de fertilizantes para o solo?

Essa é uma dúvida comum e que precisa ser analisada com cuidado, afinal um bom preparo do solo é determinante para que as plantas atinjam a sua capacidade máxima de crescimento, de forma saudável e otimizada.


O que são fertilizantes e por que a sua horta precisa deles

Os fertilizantes são nada mais do que os nutrientes essenciais para tirar o máximo proveito das plantas que estão sendo cultivadas. Eles cumprem o papel de fornecer ao solo as substâncias orgânicas, inorgânicas, minerais ou sintéticas indispensáveis para que o solo seja produtivo.

Essas substâncias serão fundamentais uma vez que compõem as características de um solo ideal. Nós já falamos, anteriormente, sobre como preparar o solo para a sua horta – você pode conferir clicando aqui. O solo é a camada material, com elementos minerais e orgânicos, cuja estrutura é algo vivo e que precisa de certas propriedades para a fixação e o crescimento adequado das plantas.

De maneira geral, o solo precisa conter quatro tipos de elementos em diferentes concentrações:

1) Matérias inorgânicas ou minerais, que podem ser areia, cascalho, argila, entre outros, e compõem até 45% do solo;

2) Matéria orgânica, como restos animais e vegetais em diferentes fases de decomposição ou ainda vivos, e representam em média 5% da composição do solo;

3) Água, importante para dissolução do restante da composição, em 25%;

4) Ar, responsável pela porosidade e também são cerca de 25% do solo;

Em se tratando de um cultivo orgânico de hortaliças, a adubação é o que irá proporcionar as condições adequadas do solo em termos de sua textura, estrutura, cor e acidez.

Cada nutriente desempenha funções diferentes na saúde do solo. Confira alguns deles:

  • Nitrogênio (N): responsável pela formação dos vegetais, desde o início do crescimento da folhagem. Constituinte de aminoácidos, proteína, clorofila e enzimas.
  • Fósforo (P): promove o crescimento adequado das raízes e aumento do pegamento de frutos.
  • Potássio (K): responsável pelo controle de entrada e saída de água e ar na planta, promovendo sua resistência a doenças e agentes nocivos, além de melhorar a qualidade e sabor dos frutos.
  • Cálcio (Ca): contribui para aumentar a resistência a doenças nas plantas, é constituinte da parede celular.
  • Boro (B): constituinte da parede celular e responsável pela divisão e alongamento celular.
  • Zinco (Zn): ativador importante do hormônio do crescimento das plantas e frutificação adequada.

O fertilizante ideal é aquele que fornecerá, em quantidades certas, cada um destes ou de outros nutrientes necessários para o desenvolvimento da planta. Se você deseja cultivar um pequeno jardim interno/externo ou um grande quintal, há um fertilizante adequado para suas necessidades.

 

Tipos de fertilizantes e como eles funcionam

  1. Fertilizantes Químicos

Este tipo de fertilizante geralmente não é rotulado como orgânico, mas é usado por muitos horticultores em todo o país. Os fertilizantes químicos fornecem nutrientes de ação rápida em uma forma de fácil absorção, ao mesmo tempo em que aumentam o pH do solo e reduzem a acidez (que pode ser tóxica para as plantas).

A maior vantagem é que eles possuem alta concentração dos nutrientes necessários para o crescimento das hortaliças, absorvidos rapidamente pela planta. O mais comum deles é o fertilizante NPK 10-10-10 que possui partes iguais de nitrogênio, fósforo e potássio e costuma ser mais proveitoso para plantios cujo crescimento acelerado é o maior objetivo. Também temos outras opções de NPK como 04-14-08 ou 20-05-20.

  1. Fertilizantes Orgânicos

Já os fertilizantes orgânicos são feitos a partir de materiais de origem natural que podem vir das mais variadas fontes, como restos de alimentos, esterco, farinha de ossos, entre outros.

Os fertilizantes orgânicos também são chamados de adubo ou compostagem, são melhores para plantios de longo prazo, como é o caso das hortas e jardins caseiros. Confira alguns deles conforme seus nutrientes:

  • Fontes de nitrogênio (N) e matéria orgânica: estercos de animais (aves, bovinos, devidamente compostados), cama de currais e aviários, esterco líquido e urina (diluídos), biofertilizantes, adubos verdes, compostos orgânicos, torta de mamona (resíduos da extração de óleos de sementes), vinhaças (transformação da cana-de-açúcar em álcool), palhas e restos vegetais compostados ou não, húmus de minhoca, entre outros.
  • Fontes de fósforo (P): farinha de ossos, fosfatos naturais de Araxá, termofosfatos.
  • Fontes de potássio (K): cinzas vegetais, resíduos (cascas de café), pó de granito e basalto, etc.
  • Biofertilizantes: são fertilizantes líquidos obtidos da degradação da matéria orgânica (estercos ou restos vegetais). Fornecem proteínas, enzimas, vitaminas, antibióticos naturais, macro e micronutrientes e podem servir como defensivos naturais.


Fazendo o seu fertilizante orgânico

Esse tipo de fertilizante é mais vantajoso para o cultivo no longo prazo, uma vez que ele oferece melhores condições de desenvolvimento para o solo.

São diversas as maneiras de produzir os seus fertilizantes orgânicos e a compostagem é o método pelo qual isso pode ser feito mais rapidamente. Com a compostagem é feita a estabilização da matéria orgânica, formando o composto fruto da decomposição biológica.

Os compostos, quando prontos, têm um aspecto homogêneo e com cor escura (marrom café), cheiro de terra, estrutura em grãos pequenos e já não se distingue mais o material de sua origem.

Podem ser usados para a compostagem:

  • folhas secas
  • palhas
  • serragens
  • lixo orgânico doméstico (menos óleo e gordura animal)
  • grama, rocha moída e conchas
  • papel de jornais (menos os coloridos)
  • borra de café
  • cascas de frutas.

Não devem ser usados  para a compostagem:

  • carvão mineral e vegetal
  • papel colorido
  • plantas não saudáveis
  • materiais não biodegradáveis (plástico, vidro, alumínio, borracha)

Além disso, é importante evitar materiais de difícil decomposição, tais como sabugo de milho, bagaço de maçã, folhas de cana, vegetais espinhosos, casca e folhas de pinos e eucalipto.

 

Pilha de compostos 

Para fazer uma compostagem, é preciso antes verificar o tamanho do local disponível para isso. Caso você tenha uma área maior, é possível fazer uma pilha de compostos em um local protegido do excesso de vento, chuva e sol e, de preferência, com alguma inclinação. Nesse local, você deve adicionar uma camada com compostos cujos nutrientes seja ricos em carbono (em torno de 15cm) e uma camada com nutrientes ricos em nitrogênio (cerca de 5cm).

Em seguida, deve molhar a massa, que deve conter água suficiente para ficar úmida, mas sem escorrer água. Por fim, adicione folhas ou capim seco por cima, a fim de proteger o composto. A cada semana, revire o composto e vá adicionando novas camadas de nutrientes com água. Dentre 3 a 4 meses, quando o composto não mais se distinguir na terra, ele estará pronto para ser usado como adubo nas plantas.

 

 

Composteira

É possível fazer o preparo de fertilizantes orgânicos em espaços menores através de uma composteira. Para fazer isso, basta utilizar um recipiente como uma caixa, cestos ou tambores, desde que eles tenham furos.

O processo é muito similar a pilha de compostos, basta adicionar as camadas de nutrientes de ricos em carbono e nitrogênio em água e acrescentar matéria seca e verde no topo. Para acelerar o processo de decomposição, também é possível triturar os resíduos orgânicos e utilizar minhocas. Após feito esse processo, basta observar o composto a cada semana, cuidando para manter sempre úmido.

Os nutrientes que contém no líquido adquirido do composto deve ser diluído durante a aplicação no solo e são diversos os efeitos positivos na sua plantação: aumentar a liberação de nutrientes, reduzir a erosão e aumentar a infiltração de água, aumentar a resistência da planta e os níveis de temperatura e acidez adequados.

 

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